Conhecimento é Poder?

Conhecimento é Poder?

Na era do conhecimento, muitos ainda sofrem com sua escassez. Não pela falta de fontes confiáveis, mas pela falta de hábito da pesquisa e interesse em saber como as coisas realmente são. Ou pelo menos de ultrapassar aquela linha tênue da qualidade pela quantidade de curtir e compartilhar materiais sem nenhum critério.

O poder que era atribuído quase individualmente no início da era digital como um diferencial e uma vantagem competitiva hoje transformou-se na cultura dos movimentos de massa, em que o número de participantes influencia diretamente na percepção dos usuários das redes. Não há categorias específicas para classificar a população com vida digital, pois além de humanos, há zumbis robóticos e algoritmos que enganam até os sistemas mais sofisticados que convivem com os tipos tradicionais que habitam as redes.

Os desenvolvedores, programadores e empresas, cujo papel é oferecer a infraestrutura necessária para a integração social nas redes, parecem ter sido relegados a segundo plano, ainda que eles sejam os únicos que lucram diretamente com a popularização das mídias digitais. Muitos podem duvidar disso, questionando se o Marketing Online e todo e-commerce também não estão movimentando tudo isso. É claro que sim, mas para esses grupos não há lucro direto com a rede.

A rede é o shopping center onde contratantes e contratados tentam promover seus negócios, enquanto as empresas de software ganham com o produto em si – a rede e seus recursos, jogos, aplicativos e programas incorporados em sites. Os usuários navegam e apresentam ideias, embora a maioria só repasse informações mesmo sem tentar compreender ou minimamente ler o conteúdo; na prática, apenas uma pequena parcela gera conteúdo e desses, poucos compõem a massa crítica que realmente avalia o que circula e movimenta a rotina mostrada nas nossas telinhas digitais.

Que o futuro nunca mais será o mesmo, sabemos. Mas sempre haverá aquela demanda latente por novidades, fofocas, mensagens alarmistas e notícias que fortalecem crenças que ninguém sabe como e de onde surgiram. E assim, o poder das redes ilude, seduz e vicia a cada dia mais gente como a gente, que descobre o poder da informação até de uma forma infeliz, pois acabam percebendo que o poder de comoção e persuasão de um boato ou vendas em esquema pirâmide trazem mais seguidores do que disseminar conhecimento útil.

Nesse contexto, cada formador de opinião cumpre seu papel conforme sua convicção. Informações sólidas sempre encontrarão interessados e vice-versa, mesmo que suas fontes sejam raros e tornem-se referência. Boatos e lendas atraem público imediato e nem sempre se sustentam. Para cada público, um artista. E a vida continua, em rede ou na rua.

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Hoje não olhamos para os céus com a mesma reverência

Hoje não olhamos para os céus com a mesma reverência

“Hoje não olhamos para os céus com a mesma reverência. E isso é uma pena. Ao nos distanciarmos dos céus, nos distanciamos de nossas origens e, por consequência, de nós mesmos. Esquecemos que viemos todos das estrelas, literalmente. Esquecemos que todos os elementos químicos que compões nossos corpos, nosso planeta e tudo a nossa volta originaram-se em estrelas que desapareceram há bilhões de anos, espalhando seus restos mortais – a matéria que existe no sistema solar, do carbono ao urânio – como se semeassem um jardim” (Marcelo Gleiser – cientista). Continue lendo “Hoje não olhamos para os céus com a mesma reverência” »